Educação Estatística na Educação Básica.


A sociedade atual vem sendo descrita como a “Sociedade da Informação” (BRASIL,2002). Todo cidadão tem contato com diversos tipos de informações, de diversos meios de comunicação, e entre elas destacam-se as informações estatísticas. 
As informações estatísticas podem aparecer como tabelas, gráficos ou simplesmente em forma de textos com as informações apresentadas em linguagem matemática. A estatística é uma maneira única de entender e representar o mundo em que vivemos através de dados. Saber ler e interpretar esse tipo de informação é essencial para se posicionar na sociedade atual.
Para conseguir compreender, e ser crítico diante das informações apresentadas, é fundamental o ensino de estatística na educação básica. O conteúdo de estatística tornou-se obrigatório na educação básica por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN1, 1997) do ensino fundamental em 1997, e do ensino médio em 1999 (PCN2, 1999) com a denominação de tratamento da informação, nas aulas de matemática.
Apesar de estar inserido no currículo de matemática, adquirir noções de Estatística vai muito além da habilidade de fazer cálculos matemáticos de medidas como média, mediana, desvio-padrão entre outros. As habilidades estatísticas envolvem o entendimento do conceito de variabilidade, e o processo de tomada de decisões a partir dos dados.
Desenvolver essas habilidades demandam do professor de matemática uma metodologia diferenciada da tradicional (quadro e giz), onde o ensino de desenvolve de maneira unidirecional (professor => aluno). Neste sentido, concordamos com Barbosa, Velasque e Silva (2016) que este é um dos motivos que leva alguns professores a deixar de abordar o conteúdo em sala de aula.
A Educação Estatística demanda aulas mais interativas, onde o aluno tenha a oportunidade de estar mais envolvido com o desenvolvimento do conhecimento.  E uma das abordagens metodológicas que permitem este envolvimento é a abordagem da Estatística Investigativa.
Nos próximos artigos, falaremos mais sobre a Estatística Investigativa e propostas para auxiliar o professor a desenvolver a metodologia em sala de aula.
autora: Eveline Silva

 Referências
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002.
______. PCN1: Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Fundamental, 1997. Disponível em: <https://goo.gl/KjFQQ0>. 
______. PCN2: Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio, 1999. Disponível em: <https://goo.gl/FsSQ1y>.
BARBOSA, Maria Tereza Serrano; VELASQUE, Luciane de Souza; SILVA, Alexandre Sousa da. O LETRAMENTO ESTATÍSTICO NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES: UM TUTORIAL METODOLÓGICO. Vidya, Santa Maria, v. 36, n. 2, p.397-408, jul. 2016. Semestral.






Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O Pensamento Estatístico

O conteúdo de estatística foi incluído nos currículos escolares por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN1, 1997) do ensino fundamental em 1997, e do ensino médio em 1999 (PCN2, 1999) com a denominação de tratamento da informação, nas aulas de matemática. No ensino médio, o desenvolvimento das competências necessárias para desenvolver as noções do pensamento estatístico está sistematizado no tema estruturador denominado Análise de Dados. O conteúdo do tema é desenvolvido em conjunto com outros conteúdos matemáticos no decorrer dos três anos, mas é no terceiro ano que especificamente abordamos a unidade temática Estatística. Para exercer a cidadania o aluno deve estar apto para entender, interpretar, e ser crítico diante das informações apresentadas nas mídias, analisar relatórios no mundo do trabalho, tomar decisões pessoais e profissionais. O ensino de estatística na educação básica necessita desenvolver o pensamento estatístico nos estudantes. Numa busca por definiçõ
Leia mais

Uma Abordagem Transdisciplinar entre a Educação Estatística e a Educação Socioemocional

Este trabalho parte de uma inquietação profissional, em perceber o professor, independente da disciplina que ele atue, como um desenvolvedor de pessoas, e, este desenvolvimento deve dar-se de maneira integral, promovendo não apenas as habilidades técnicas pertinentes à disciplina, como também habilidades para uma convivência social.  Trata-se da realização de uma pesquisa Estatística, por parte dos alunos do grupo, na população de alunos do turno da manhã de sua escola. A atividade proposta foi aplicada em uma escola da rede estadual de São Paulo localizada na Zona Sul da cidade com um grupo de cinco alunos do terceiro ano do ensino médio. A pesquisa realizou-se a partir de um projeto já existente na escola participante, em que os alunos do terceiro ano do ensino médio devem elaborar um trabalho de conclusão de curso como parte de avaliação. Teve a duração de um ano letivo. O tema sugerido pela professora orientadora para a pesquisa dos alunos foi: “A Influência do celular no co
Leia mais

Como Desenvolver a Educação Socioemocinal na Escola: algumas possibilidades.

Atualmente muitas são as discussões sobre a necessidade de incluir, no plano pedagógico das escolas de Educação Básica, o desenvolvimento de competências relativas a outros fatores inerentes à condição humana  além das questões das ciências e tecnologias que já estão priorizadas dentro do currículo escolar. Competências que visem auxiliar o desenvolvimento desse cidadão em  formação. Favorecer a convivência social, buscando melhorar as relações interpessoais e o trabalho em equipe. Favorecer a auto aceitação, o auto conhecimento e a melhorar o convívio com as diferenças. Fornecer um ambiente em que o aluno seja incentivado a desenvolver a criatividade e a tomar decisões. É sobre este tipo de formação que estamos nos referimos quando falamos sobre Educação Socioemocional (ES) nas escolas. No Brasil, e em todo mundo, várias instituições já estão falando sobre esta necessidade. Um dos fatores que motiva esta discussão mundial é a globalização. Para que ocorra a integração entre as d
Leia mais