O Pensamento Estatístico
O conteúdo de
estatística foi incluído nos currículos escolares por meio dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN1, 1997) do ensino fundamental em 1997, e do ensino
médio em 1999 (PCN2, 1999) com a denominação de tratamento da informação, nas
aulas de matemática. No ensino médio, o desenvolvimento das competências
necessárias para desenvolver as noções do pensamento estatístico está
sistematizado no tema estruturador denominado Análise de Dados. O conteúdo do
tema é desenvolvido em conjunto com outros conteúdos matemáticos no decorrer
dos três anos, mas é no terceiro ano que especificamente abordamos a unidade
temática Estatística.
Para exercer a
cidadania o aluno deve estar apto para entender, interpretar, e ser crítico
diante das informações apresentadas nas mídias, analisar relatórios no mundo do
trabalho, tomar decisões pessoais e profissionais. O ensino de estatística na
educação básica necessita desenvolver o pensamento estatístico nos estudantes.
Numa busca por
definições sobre “O que é o pensamento estatístico?” Wild e Pfannkuch (1999) se
depararam com a escassez de literaturas na época sobre o tema. Como as
definições encontradas eram vagas, iniciaram suas buscas por uma definição do
pensamento estatístico. O interesse era mapear quais são os tipos de
pensamentos e então desenvolver uma estrutura teórica para a definição sobre “O
que é o Pensamento Estatístico”.
Wild e
Pfannkuch (1999) realizaram várias entrevistas buscando identificar quais tipos
de pensamentos emergiam do processo de resolução de problemas do mundo real com
a utilização de estatística. Buscavam identificar quais os elementos
importantes do pensamento estatístico. Após vários refinamentos das categorias
encontradas, concentrando apenas nos tipos de pensamento que são inerentemente
estatísticos, as conclusões dessas investigações são:
● Reconhecimento da necessidade de dados: o desejo de basear as decisões em dados coletados é um
impulso estatístico.
● Transnumeração: A
ideia mais fundamental numa abordagem estatística para a aprendizagem é a de
formar e alterar as representações de dados de aspectos de um sistema para
chegar a uma melhor compreensão do que é este sistema. A transnumeração é um
processo dinâmico de mudança de representações para gerar compreensão.
● Variação: O pensamento
estatístico, está relacionado com a aprendizagem e a tomada de decisão sob a
incerteza. Muito dessa incerteza deriva da variação onipresente.
● Diferentes conjuntos de modelos: todo pensamento usa modelos. A principal contribuição da
disciplina de estatísticas para o pensamento tem sido o seu próprio conjunto
distinto de modelos, ou quadros, para pensamento sobre certos aspectos da
investigação de maneira genérica.
● Conhecimento do contexto, conhecimento estatístico e
síntese: As matérias-primas em que o
pensamento estatístico trabalha são o conhecimento estatístico, o conhecimento
do contexto e informação em dados. O pensamento em si é a síntese desses
elementos para produzir implicações, insights e conjecturas. Não se pode
vivenciar o pensamento estatístico sem conhecimento sobre o contexto. (WILD e PFANNKUCH,1999 p.227-228)
autoras: Eveline Silva
Diva Valério Novaes
Diva Valério Novaes
Referências
WILD, Chris, PFANNKUCH, Maxime.
Statistical Thinking in Empirical Enquiry. International
Statistical Review, v.67, n. 3, p.223 -265, 1999.
Comentários
Postar um comentário